- Badalu Educação Musical
- há 3 dias
A música, quando aliada ao conhecimento sobre desenvolvimento infantil, transforma não apenas as crianças, mas também quem as acompanha. No segundo post da série Badalu Investiga, vamos nos aprofundar na formação de educadoras musicais a partir de dois referenciais potentes: a Teoria de Aprendizagem Musical de Edwin Gordon (MLT) e a Psicologia Histórico-Cultural de Lev Vigotski.
O artigo “A Teoria de Aprendizagem Musical de E. Gordon em diálogo com a Psicologia Histórico-Cultural de L. Vigotski: subsídio para formação de educadoras(es) musicais”, de Juliana Muniz Villalba e Silvia Cordeiro Nassif, apresenta uma oficina formativa realizada na Unicamp com base nesses dois pilares teóricos.
Acompanhe e descubra como compreender os processos de aprendizagem musical pode impactar profundamente a prática pedagógica – e a própria musicalidade das educadoras! 💛
O que acontece com a musicalidade das educadoras?
A oficina descrita no artigo mostra que, ao entenderem o caminho de aquisição da linguagem musical, educadoras ampliam a consciência sobre sua própria musicalidade. Conceitos como audiar, improvisar e compor deixam de parecer inalcançáveis, e passam a ser compreendidos como parte de um processo de desenvolvimento, tal como aprender a falar. A tarefa semanal de composição e o contato com diferentes modos e métricas ampliaram a expressão musical das participantes.
Vigotski defendia que toda pessoa tem potencial criativo. Ao se apropriar da linguagem musical, a educadora se transforma em sujeito criador – e isso reverbera no modo como se relaciona com as crianças.
Práticas pedagógicas mais conscientes e intencionais
O artigo também mostra como a MLT, em diálogo com a Psicologia Histórico-Cultural de Vigotski, convida à ressignificação da prática docente. Ao compreenderem os tipos e estágios da audiação preparatória, as educadoras passaram a planejar propostas mais intencionais, adaptadas às singularidades de cada criança e com foco no processo – e não apenas no resultado final, como cantar afinado ou executar um instrumento. Dois paradigmas importantes foram revisitados durante a oficina:
Menos fala, mais presença: as brincadeiras musicais não precisam ser explicadas em excesso. Gestos, olhares e a voz cantada podem comunicar com mais eficácia e sutileza do que instruções verbais longas.
A força do som sem palavras: músicas cantadas com sílabas neutras, sem letras, permitem que as crianças mergulhem nos elementos sonoros – ritmo, melodia e timbre – sem distrações narrativas, ampliando sua escuta musical.
Conclusão
Formar educadoras musicais na perspectiva da MLT e da Psicologia Histórico-Cultural é mais do que ensinar técnicas. É possibilitar que elas se reconheçam como aprendizes e criadoras, e que conduzam as crianças com escuta, sensibilidade e intenção. Uma boa formação muda não só a prática, mas a forma como se percebe o próprio fazer musical.
Quer saber mais sobre como aprendemos música?
Continue acompanhando a série Badalu Investiga!
ACESSE O TEXTO INTEIRO AQUI: https://www.researchgate.net/publication/372579457_A_Teoria_de_Aprendizagem_Musical_de_E_Gordon_em_dialogo_com_a_Psicologia_Historico-Cultural_de_L_Vigotski_subsidio_para_a_formacao_de_educadorases
